quarta-feira, 20 de outubro de 2010

carta sobre o teatro de rua

esse texto pode ser dito por muito que fizeram essa opção. E que ele sirva de reflexão nesse momento em que conversamos tanto sobre infraestrutura, inscrição, alimentação, comissão. Que sua leitura nos encha de vontade de cada vez mais fazer teatro de rua pelas ruas do mundo


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

visita a ipueira da vaca canindé - reisado da familia RAMOS

REIS DO SERTÃO
O PROJETO REIS DO SERTÃO DO GRUPO NÓIS DE TEATRO DEU INÍCIO APÓS A LIBERAÇÃO DO RECURSO DA FUNARTE, REALIZAMOS ENTÃO ENCONTROS PARA A DISCUSSÃO SOBRE A INSERÇÃO DO QUARTO INTEGRANTE DO PROJETO, SENDO OS TRÊS ALTEMAR DI MONTEIRO, JONAS DE JESUS E GLEILTON SILVA, CONVIDAMOS BRUNO SOUSA, UM PERCUSSIONISTA QUE POSSUI HABILIDADE EM TOCAR PÍFANO E MARIMBAL, E JEFFERSON SALDANHA INTEGRANTE DO GRUPO NÓIS PARA O ELENCO.
                NO TEATRO JOSÉ DE ALENCAR FORA ORGANIZADO UM CRONOGRAMA DE ENCONTROS, ATIVIDADES ENTRE PESQUIZA NOS ASSENTAMENTOS QUE POSUEM REISADO, PRODUÇÃO TEXTUAL E CÊNICO. NOS PRIMEIROS ENCONTROS DE MARÇO ESTIVEMOS COM ORLANGELO LEAL PARA ASSESSORIA DE PESQUIZA, ELE NOS PASSOU UMA AULA SOBRE A CULTURA MESTIÇA NO BRASIL, EXIBIU UM DOCUMENTÁRIO DE DARCY RIBEIRO FALANDO SOBRE OS POVOS INDÍGENAS, PORTUGUESA E AFRICANA DESDE A COLONIZAÇÃO À FORMAÇÃO ATRAVÉS DA MISTURA DAS RAÇAS. FALAMOS SOBRE O REISADO, SEUS PERSONAGENS COMICOS E A ESTRUTURA DO FOLGUEDO. TIROUDÚVIDAS E NOS DIRECIONOU PARA O PRIMEIRO ASSENTAMENTO EM QUE VISITARÍAMOS, IPUEIRA DA VACA EM CANINDÉ.
SAÍMOS DE FORTALEZA NO SÁBADO ÁS 17hs JUNTO COM VANESSIA GOMES E PARAÍBA, UMA EDUCADORA, PESQUISADORA, ATRIZ CARETAS E UM MÚSICO DO GRUPO BATE PALMAS AMBOS TAMBÉM DE FORTALEZA. CHEGAMOS POR VOLTA DAS 21hs NA COMUNIADE DE IPUEIRA DA VACA ONDE FOMOS MUITO BEM RECEBIDOS PELAS CRIANÇAS HOMENS E SENHORAS DA LOCALIDADE, CONHECEMOS A CASA DE NEO RAMOS, QUE FALECERA NO ANO DE 2009, SUA ESPOSA DONA ELIZA, SEUS FILHOS E NETOS.
UMA CASA CHEIA DE GENTE COM OBJETOS QUE CONTAM A HISTORIA DA FMILIA POR SI SÓ, QUADRO DO PAI DO FALECIDO MESTRE QUE SE CHAMAVA ZÉ RAMOS E SUA ESPOSA, DO MESTRE NEO RAMOS E DONA ELIZA. SEU MANEL, O MIOLO DO BOI, SEU CABOCO CONTADOR DE ESTÓRIAS, ZÉ, A VELHA, SEU CHICÓ O CAPITÃO, MARCIANA, NETA DE NEO RAMOS, A PRIMEIRA MULHER A BRINCAR REISADO COM MUITO GOSTO E PAIXÃO, E SEU GUILHERMINO, O VAQUEIRO ABOIADOR, QUE CANTA AS ALEGRIAS E TRISTESAS DO LUGAR.
LUGAR ESTE QUE SE SENTE A FORTE INFLUENCIA E SIGNIFICADO DO REISADO PARA CADA INTEGRANTE DA FAMÍLIA, PRINCIPALMENTE DOS MAIS VELHOS QUE NA SUA MAIORIA TRATA DE REPASSAR A TRADIÇÃO DE MAIS DE OITENTA ANOS DE REISADO PARA AS CRIANÇAS QUE JÁ DIZEM GRACEJOS E SABEM TODAS AS MUSICAS DA BRINCADEIRA. SEU GUILHERMINO É QUEM SE ENCARREGA DE CUIDAR DA PRESERVAÇÃO TREINANDO AS CRIANÇAS. AS MULHERES DA FAMÍLIA PRODUZEM AS MASCARAS OS HOMENS, O FIGURINO. TODOS TÊM UMA FUNÇÃO NA BRINCADEIRA, SEJA BOI, CARETA, DAMA, BICHO OU POLICIA, TODOS BRINCAM E OS “PAPANGUS” COMO DIZEM OS CARETAS, É QUEM ASSISTE E CONTRIBUI COM DINHEIRO DURANTE OS ENTREMEIOS.
AINDA DURANTE A NOITE DURMI NA VARANDA E LOGO NOS FAMILIARIZAMOS COM AS PESSOAS DA CASA, DONA ELIZA FOI MUITO ATENCIOSA, SEU CABOCO CONVERSANDO COM PARAÍBA FALOU SOBRE A INFLUENCIA RELIGIOSA PARA A COMUNIDADE E COMO AQUELE LOCAL FORA OCUPADO.
MESTRE ZÉ RAMOS, PAI DE NEO RAMOS, VEIO DE OUTRA LOCALIDADE E RECEBEU POR PADRES CANADENSES PARA PLANTAR ALGODÃO, O QUE LHE RENDEI DINHEIRO PARA PAGAR A DÍVIDA, PORÉM O INCRA FICARA COM AS ESCRITURAS. DISSE CABOCO QUE NINGUEM NA ÉPOCA SABIA O QUE ERA COMUNIDADE, TUDO ERA BEM MAIS DISTANTE, COM A CAMINHADA FORAM SE ENCONTRANDO ATRAVÉS DA RELIGIÃO, A IGRJA PROMOVIA NOVENAS, MISSAS E FESTAS E A PARTIR DAÍ O REISADO DA FAMÍLIA RAMOS VEM GANHANDO VISIBILIDADE NA REGIÃO.
NO DOMINGO PELA MANHÃ MARCAMOS DE NOS ENCONTRAMOS COM OS DEMAIS INTEGRANTES DA FAMILIA RAMOS  PARA DEFINIR UMA PROGRAMAÇÃO LOGO A NOITE. NA RODA DE CONVERSA EXPOMOS O PROJETO E OS OBJETIVOS DA PESQUISA, PERGUNTAMOS SOBRE REISADO, COMUNIDADE, A FAMÍLIA, FIGURINO.
A TARDE APÓS O ALMOÇO FOMOS AO AÇUDE E VISITAMOS “A VELHA”, SEU ZÉ, MEMBROS DO REISADO, CONHECEMOS SUAFAMÍLIA E NOS CONTOU UM POUCO DE SUA VIDA E A FAMÍLIA RAMOS E O REISADO.
A NOITE EM QUANTO AS PESSOAS DA COMUNIDADE E OS MEMBROS DO GRUPO CARRAPICHO DE UM ASSENTAMENTO DE CANINDÉ CHEGAVAM, OS CARETAS MIRINS PREPARAVAN-SE PARA A FESTA ONDE SEU GUILHERMINO TORNOU-SE ENTRE A FAMÍLIA O SUCESSOR DE NEO RAMOS, FICANDO RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DO REISADO NA LOCALIDADE, PASSANDO AOS MAIS NOVOS E ORIENTANDO-OS.
ASSISTIMOS A BRINCADEIRA DAS CRIANÇAS, A APRESENTAÇÃO DO GRUPO CARRAPICHO E O REISADO DE CARETAS DE IPUEIRA DA VACA. APÓS A FESTA FOMOS A CASA DE SEU GUILHERMINO, POR VOLTA DE MEIA NOITE. CONHECEMOS SUA MULHER, SUA CASA E UM POUCO DE SUA VIDA QUE NOS CONTARA NO CAMINHO.
PEGAMOS O ONIBUS ESCOLAR QUE PASSA NA COMUNIDADE AS 4 DA MANHÃ PARA A RODOVIÁRIA EM CANINDÉ CHEGANDO A FORTALEZA POR VOLTA DAS 11 HORAS.

REIS DO SERTÃO

REIS DO SERTÃO

O sertão tem suas belezas naturais, a paisagem os animais, seu esplendor esta nos seres que ali vive que usam e mantém a natureza livre onde o homem faz parte integralmente do meio, do todo, sem agredir de forma estúpida e desnecessária a mata, o animal, mas tiram apenas o que precisam.
Suas festas tradicionais que perpassam os anos, décadas, séculos através das gerações, o papel da família torna-se o eixo principal sendo de grande importância para a identidade de cada membro representa o alicerce que veio se perdendo ao longo do tempo, principalmente nas cidades. E nas festas tradicionais seja  sagrados, profano, reisado, danças tradicionais e nas manifestações que  encontramos o brasileiro formado de etnias, o negro, o índio, o branco, culturalmente detentor dos saberes que perpassam por longos anos, com orgulho e vigor onde senhores de média longa idade brincam, dançam, cantam e executam passos de dança, gênios possuidores de um  encantamento singular.
 É no interior que encontramos nossa essência, nossa origem senão a nossa ponte de ligação reencontro com a natureza, é lá que realmente acreditamos que fazemos parte de um todo.

SERTÃO E SEUS TESOUROS

a arte de terreiro


a tradição que perpaça gerações, um "brinquedo" sagrado/profano que traduz a excencia de uma familia que tem seu reisado como simbolo marcante em seus integrantes. me embriaguei dessa fonte pedindo mais e mais, um lago que nunca seca enquanto haver vida e esperança naquela comunidade simples, humilde maravilhosa, os aboios, os versos improvisados e relembrados dos pais e avós, as canções, os caretas, os bichos, os "mermo" que ecoa no terreiro, as varejeiras em cima do boi, a magia da burrinha, a energia comunitária, e o prazer de brincar reisado seja homi, minino ou muié.



seguimos viagem com a vontade de retornar as fontes do saber popular, rever essa tradição é como retornar a propria casa, é abraçar e ser abraçado, é olharmos no espelho e nos vermos encaretados brincando de topar boi, falar versos que quizermos falar, é cantar sem se preocupar se minha voz é ou nÃO afinada, é simplesmente deixar-se embriagar com a magia do reisado.



O REISADO DE NEO RAMOS

TEM AMOR E ALEGRIA

PERPASSANDO AS GERAÇÕES

COM MUITA SABEDORIA

VEM MANTENDO O SEU REISADO

FORTALECENDO SUA FAMILIA



TEM MAMONA TEM CABOCO

TEM CARETA TEM BURRINHA

TEM MININO ENCARETADO

TEM CAPITÃO NA SURDINHA

TEM O POVO ASSISTINDO

A FESTANÇA DA FAMILIA







SALVE A CULTURA TRADICIONAL NORDESTINA!!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O ARTÍSTA POPULAR

A arte acompanha o ser humano desde o seu nascimento, perpassando por séculos sendo estes desenvolvidos ao longo da história, expressadas de formas basatante variadas, desde as pinturas rupestres nas cavernas pelo homem primitivo à arte contemporanea.

O artísta popular busca o aprimoramento de seus conhecimentos e habilidades nas mais variadas formas de expressão artística adquiridas do saber popular como descoberta individual. Ambos provindos do povo, da tradição, do saber popular, da observação, da busca individual e da prática, onde muitos vindo das artes circenses desenvolvem em meio ao povo técnicas próprias de improvisação, dinâmica, pois boa parte trabalham em praças, feiras e espaços abertos.

Cantadores de viola, emboladores, quebra coco, palhaços, homem da cobra, entre outros, mantém a arte de rua viva no interior e na capital, no meio social, aparecem em festejos religiosos, feiras nas periferias e nas praças das cidades em todo o estado.

Grandes pesquizadores estudam sobre esses artístas que ocupam e preenche os espaços, com alegria e o improviso dos emboladores e os palhaços de rua, a coragem do querbra coco e dos homens que pulam num arco com facas e engolidor de fogo, a malícia do homem da cobra e seu óleo da copaíba, a criatividade dos bonequeiros nas praças, a poesia dos cantadores de feira, as festas de terreiro, o reisado, o boi e o artístas de teatro de rua.